domingo, 22 de junho de 2008

SILVA, Francisco Carlos Teixeira. O Século XX, volII. Os Fascismos.

UFRJ – IFICS

Marco Livio Magalhães Gerbase DRE 105041492

História Contemporânea

Prof. Ricardo Castro

Resenha sobre o filme A Conquista da Honra

SILVA, Francisco Carlos Teixeira. O Século XX, volII. Os Fascismos.

- Fascismo e neofascismo: fascismo é um fenômeno que não está aprisionado ao passado. Conjunto de movimentos e regimes de extrema direita que dominou um grande número de países europeus desde o início dos anos 20 até 1945.

- Pontos em comum hoje dos estudiosos: Garantia da universalidade possível do fascismo como fenômeno histórica, com seu ápice no entreguerras. Necessidade teórica de garantir a autonomia de uma teoria do fascismo em face dos fenômenos históricos que o envolvem.

- Fascismo: antiliberalismo, antidemocratismo e antisocialista. Autonomia da forma fascista de exercício de poder.Os fascismo só existiram enquanto movimentos e partidos. Os fascismos que chegaram ao poder, mas que desaguaram em regimes autoritários, onde eram minoritários ou foram controlados por outras forças conservadoras. Os fascismos que tomaram o poder o monopolizaram total ou substantivamente, inclusive eliminando os grupos conservadores que os apoiaram inicialmente foram eliminados com a derrota de 1945.

Os elementos constitutivos: em busca de uma fenomenologia do fascismo

1- O antiliberalismo e antiparlamentarismo fascista. Acusa as formas liberais de organização e de representação, em especial o parlamento liberal, de originarem a crise contemporânea. Critica que os partidos políticos agrupariam interesses setoriais e de classe, portanto não nacionais. Outro problema é a diferenciação público privada.

2- O Estado orgânico e a liderança carismática.

Estado deveria ser visto de forma harmoniosa, orgânica. Estado como fator de coesão nacional

Comunidade popular, baseada no sangue e na raça germânica com um princípio de liderança. Federação de poderes reúne-se em torno do Fuhrer, que lhe dá sentido e garante a unidade mínima do Estado, configurando a chamada autonomia do executivo. Uma policracia

A ausência técnica de um Estado, a idéia força da revolução como destruição, permitia uma autonomia delirante da política, transformada em substituto de um modo de vida. O terrorismo para destruir o Estado liberal e forma de fazer política capaz de liberar todos os ódios existentes.

3 Comunidade do povo e a sociedade corporativa: fascismo enquanto revolução

- O dirigismo estatal e a organização corporativa, além de reconstruírem uma identidade perdida ao longo da instauração da sociedade industrial, liberal e de massas, surgiram como um poderoso instrumento anti crises.

4 A destruição do eu e a negação do outro

Assim a alteridade é plenamente identificada com o liberalismo, com seu caráter antinatural e antinacional, com a desestruturação da comunidade orgânica nacional e racial e com espírito de facção do marxismo. Somente o fascismo seria portador de uma moralidade(ou falta dela) capaz de forjar o novo homem, o bárbaro do futuro. Negação da diferença. Não auto-amor, não pode amar o outro, supre conflito no ideal e ama o líder.

Em direção a uma teoria do fascismo

Pontos: antiliberalismo, antimarxismo(apropriação), organicismo social, liderança carismática e negação da diferença marcam o fascismo como regime ou forma de dominação específica, diferente de outras vertentes políticas no interior da direita

O fascismo surge como um caminho único, sem volta, de arrancar o indivíduo de uma situação de estranhamento e anomia. Mundo alienado marcado pelo mal estar. Utopia de felicidade futura. Massificação .

Canalizando, em tempo integral, a potência do indivíduo para odiar, transferindo para um estranho as causas do seu próprio mal estar e afagando um ego aniquilado das possibilidades de felicidade, em especial ao atribuir ao estranhado qualidades ambicionadas por todos (como a raça e o sangue, a virilidade, a lealdade e a força), o fascismo rompe com a tradição de participação política do Ocidente e, por isso mesmo, aproxima-se tanto de posturas místicas e cultiva cerimoniais cívicos coletivos. Assim, numa religião de Estado, emerge o indivíduo em entidades coletivas, realizando uma falsa concretização do encontro do homem consigo mesmo. Deste modo, o homem novo fascista é antes de tudo a falsa projeção concretizada de tudo aquilo que para ele mesmo é uma perda.

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